Último recorde foi registrado em 5 de julho de 2024, quando o movimento durou 1,66 milissegundos a menos que o normal
A população vivenciará o dia mais curto do ano nesta quarta-feira (9). Na data, a Terra irá girar em torno de seu próprio eixo em uma velocidade ligeiramente maior do que a padrão. O resultado será um dia com menos 1,30 milissegundo dentro dos 86.400 segundos que compõem as 24 horas da rotação terrestre; entenda o fenômeno.
O evento não será o único do ano: os dias 22 de julho e 5 de agosto também serão levemente mais curtos, com 1,38 milissegundo e 1,51 milissegundo a menos, respectivamente. Por trás desses eventos recorrentes ainda não existem justificativas claras, segundo os cientistas. Mas eles afirmam que ao longo da história da Terra, variações na rotação são comuns e não fornecem motivo de preocupação.
Embora não existam explicações óbvias, estudos recentes revelam que o movimento da Terra está acelerando nos últimos cinco anos. Para medir essas pequenas variações no dia-a-dia, os especialistas utilizam relógios atômicos instalados desde os anos 50.
Planeta acelerado nos últimos cinco anos
Os registros mostram que até 2020, o dia mais curto teria ocorrido em 5 de julho de 2005, com a duração de 1,0516 milissegundos a menos que o comum. Mas os dados foram alterados em 19 de julho de 2020, quando o planeta bateu o recorde e registrou um dia 1,47 milissegundos a menos que 24 horas.
Já o último recorde foi registrado em 5 de julho de 2024, quando o movimento durou 1,66 milissegundos a menos.
Essa movimentação acelerada normalmente ocorre no período de verão no Hemisfério Norte e inverno no Hemisfério Sul. Além da estação, a Lua fica mais afastada da Linha do Equador, com uma influência gravitacional menor.
Especialistas revelam possíveis explicações para o dia mais curto do ano
Em um artigo escrito por Graham Jones no site timeandate.com, o pesquisador cita algumas explicações para a recorrência desse evento.
“Variações de longo prazo na velocidade de rotação da Terra podem ser afetados por uma série de fatores, como os movimentos complexos do núcleo do planeta, os oceanos e a atmosfera”, escreveu Jones.
O pesquisador Leonid Zotov, autoridade global nos movimentos de rotação da Terra, também revelou, no site, que os especialistas não esperavam fenômenos como esses.
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“A maioria dos cientistas acredita que isso tem algo a ver com o interior do planeta. Modelos oceanográficos e atmosféricos não são suficientes para explicar essa grande aceleração”, pontua o especialista, que atua na Universidade Estadual de Moscou, na Rússia.
Zotov projeta que a tendência para os próximos anos é a reversão do evento. Dessa forma, a Terra vai entrar numa fase de desaceleração. Para ambos, os fenômenos ainda não são motivos de alerta.
Com supervisão de Jorge de Sousa
Fonte RicTvMaringa