Expectativa é que 15 mil profissionais de todo estado participem da greve nesta segunda-feira (3)
Professores, educadores e servidores do Paraná iniciaram uma greve nesta segunda-feira (3), contra a privatização de escolas públicas no estado. A concentração começou por volta das 8h, na Praça Santos Andrade, em Curitiba, e conta com profissionais da capital e também do interior do estado, que organizaram viagens para acompanhar a votação do projeto na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).
A principal reinvindicação dos professores é a possível privatização de escolas públicas. “Em nenhum momento o governo nos chamou para participar deste projeto. Inclusive, só ficamos sabendo junto com os deputados quando chegou a mensagem de lei na Alep. Estamos a postos para acompanhar a votação, colocamos em todas nossas redes que somos contra, pois acaba com a escola pública”, declarou o secretário de comunicação da APP-Sindicato, Daniel Matoso.
Os participantes da greve devem ficar na Santos Andrade até às 10h e na sequência seguir em caminhada até a Praça Nossa Senhora de Salete, próximo a Alep, de onde devem acompanhar a votação dos deputados.
Estamos com 8 mil professores e educadores confirmados e a expectativa é de 15 mil”, completou Matoso, que reforçou que adesão pode chegar a 70% no estado.
Justiça determina suspensão da greve
O Tribunal de Justiça do Paraná determinou a suspensão da greve dos professores marcada para começar nesta segunda-feira (3). O descumprimento da determinação judicial pode acarretar em multa diária de R$ 10 mil para a APP Sindicato.
A desembargadora Dilmari Helena Kessler disse que o sindicato está impedido de realizar qualquer movimento grevista até que apresente um plano de manutenção das atividades educacionais, sob multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.
Mesmo com a determinação, a presidente da APP-Sindicato garantiu a greve dos professores nesta segunda-feira (3).
“Quero reafirmar, a nossa greve é legal, cumpriu todos os ritos e inicia na segunda-feira (3). Apesar de todas as tentativas do governo de enfraquecer a nossa luta, nós, professores e professoras, funcionários e funcionárias de todo o estado, não recuaremos”, declarou Walkiria Mazeto, presidente da APP-Sindicato.
Entre as justificativas para a paralização está a privatização de 200 colégios públicos pelo governo do estado a partir de 2025 e o fim da terceirização do cargo de funcionários dos colégios. Além disso, a categoria reivindica o pagamento da data-base, cuja dívida seria de mais de 39% com os educadores e servidores.
O programa Parceiro da Escola, que visa privatizar escolas públicas no Paraná, teve aprovação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira (29). Apesar disso, uma nova sessão extraordinária deve acontecer na próxima segunda-feira (3). A Comissão de Educação também deve se reunir no mesmo dia. Após as devidas aprovações, a proposta deve seguir para o Plenário.
Segundo pesquisa realizada com pais e responsáveis de alunos matriculados nas duas escolas participantes do projeto piloto mostra que mais de 90% deles aprovam o programa. Os benefícios vão do aumento da frequência escolar à inexistência de aulas vagas.
Fonte RicTvMaringa