“NEGUINHO” CONHECIDO COMO ZÉ DO BOI MORAVA NUMA FAVELA NA CIDADE DE FÊNIX E MORREU DEPOIS DE SER HOSPITALIZADO POR LESÃO NA CABEÇA

A morte de Edivaldo Gonçalves, o popular “Neguinho do Zé do Boi”, está causando alvoroço na cidade de Fênix. Muitas perguntas estãos sendo feitas. Alguns afirmam que ele foi assassinado. O assunto é o que circula nas últimas 24 horas na cidade. O que se escuta é indignação por parte de alguns, temor por parte de outras e várias dúvidas que pairam nas cabeças dos fenexenses. Alguns chegam a formular teorias para tentar entender porque morreu “Neguinho”.

“Neguinho” era torcedor do Corinthians, era pobre, morava na favela, alcoólatra, tinha problemas sociais, mas apesar das dificuldades que a vida lhe deu, tinha muitos amigos. Muitos lamentaram a morte dele, alguns se revoltaram.

Segundo consta no Boletim de Ocorrência da Polícia Militar, nesta segunda, dia 30, a Secretária de Saúde, Flávia Casale, a pedido de servidores do hospital municipal, chamou a polícia. Um homem bastante nervoso fazia ligações ao hospital. Do outro lado da linha o homem proferia xingamentos, fazia ameaças de morte. Foi o que informou Flávia, que disse temer pela integridade dos funcionários.

Os policiais embarcaram na viatura e foram até o hospital, para ficar a par da situação. A secretária então reuniu todos os funcionários envolvidos, na presença da polícia, eles contaram o que estava acontecendo.

Os funcionários passaram a contar como tudo se iniciou. No dia 28 de agosto, no sábado, uma ligação ao hospital avisava que havia um homem ferido. Ele estava caído na rua. Uma equipe de socorristas do hospital chegou no local. O homem era “Neguinho do Zé do Boi”. Uma mulher chamada “Maria” havia desferido uma paulada na cabeça de “Neguinho”, foi o que testemunhas disseram aos socorristas.

Edivaldo Gonçalves, ou Neguinho, como preferirem chamá-lo, o que agora não faz mais diferença alguma, pelo menos para ele. Neguinho morreu após ser atendido duas vezes. Na última, chegou a ser levado para um hospital de Campo Mourão.

Para a polícia, os servidores do hospital disseram que Neguinho, após ser levado para unidade no sábado, chegou lúcido, sem hematomas. Ele apresentava apenas um corte superficial no rosto, do lado direito.

No sábado, 28, a médica de plantão era a doutora Carla. Ela fez os curativos no rosto do “Neguinho” e disse que ele deveria ficar em observação por cerca de 4 horas. A preocupação tinha a ver com o relato de uma suposta paulada na cabeça.

Durante a conversa com a polícia, os funcionários contaram que Neguinho estava embriagado e alterado. Ele dizia que queria sair do hospital logo. Queria ir embora de qualquer jeito e contava que não sentia dor, que não tinha levado paulada na cabeça.

Após dar muito trabalho aos funcionários durante as quatro horas de observação, Neguinho foi liberado. O motorista “Tuti” dirigiu um dos veículos da saúde, levando-o até a favelinha, onde ele morava. Neguinho desceu do carro sozinho, lúcido, da mesma forma que entrou, foi o que informou o motorista ao retornar ao hospital.

Neguinho estava morrendo-

Não perceberam, mas a lesão na cabeça, interna, tinha sido grave. No dia seguinte uma nova ligação ao hospital avisava que Neguinho estava passando mal.

Uma ambulância foi enviada imediatamente à favelinha para buscar Neguinho. Um amigo chamado “Miranda” aguardava ao lado dele. Miranda estava revoltado, alterado. Ele avisava a todos que no dia anterior neguinho havia sido mal atendido no hospital e por isso estava mal. Ele falou aos socorristas que iria procurar os direitos.

A ambulância levou Edivaldo até o hospital. Desta vez o médico de plantão era o doutor Vagner Estefani, que percebeu um hematoma na cabeça de Neguinho. O médico ao constatar a gravidade, providenciou a transferência do paciente para um hospital de Campo Mourão. Uma ambulância de Fênix, com apoio da equipe de saúde, levou Neguinho.

O pior aconteceu! Horas após ser levado para Campo Mourão, já na madrugada da segunda-feira, dia 30, uma ligação ao hospital de Fênix informava que Neguinho não havia resistido e faleceu.

A notícia da morte não demorou a sair para fora dos muros do hospital e rapidamente já estava espalhada por toda cidade.

Ao conversar com os policiais, funcionários disseram que um homem teria ligado na unidade e feito ameaças a todos. No telefone o homem afirmava que mataria a todos no hospital. Ele acusava as equipes de saúde de ter agido com descaso, e por isso Neguinho teria perdido a vida.

Mais tarde um homem, em um carro branco, foi até a frente do hospital, parou o veículo e ficou olhando para o interior. O homem fez isso duas vezes. Ele estava dentro do carro e usava um capacete. O veículo desapareceu logo após.

Os servidores do hospital disseram aos policiais que todos os protocolos para socorrer a vítima foram adotados, tanto no sábado quanto no dia seguinte.

O caso foi encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil de Engenheiro Beltrão, que deve instaurar inquérito para investigar o ocorrido.

O corpo de Edivaldo Gonçalves já foi sepultado. “A imagem de Neguinho continua viva”.

O IML de Campo Mourão vai emitir o laudo da causa morte, confirmar, ou não, se a causa foi traumatismo craniano
Fonte: Coluna do Rato

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