Hipótese da relação foi levantada inicialmente por autoridades de saúde do Reino Unido; até o momento, SC registrou três casos suspeitos da doença
Um tipo misterioso de hepatite aguda tem despertado a atenção de autoridades de saúde de diferentes países do mundo ao longo das últimas semanas. A doença não é ocasionada por nenhum dos vírus conhecidos da hepatite (A, B, C, D e E) e pode ter entre as suas causas uma relação ainda não esclarecida entre a Covid-19 e um tipo de adenovírus.
Até o momento, Santa Catarina registrou três casos suspeitos da hepatite de origem misteriosa. Os pacientes evoluíram com melhora da função hepática, segundo informou a Dive/SC (Diretoria de Vigilância Epidemiológica) nesta segunda-feira (23).
Como ainda não se sabe o agente causador da doença, todos os casos seguem em investigação.
A SES (Secretaria de Estado da Saúde) continua monitorando os casos e atualizando as definições e os exames necessários para a exclusão de outros diagnósticos.
O Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar 41 eventos suspeitos de hepatite aguda de origem desconhecida registrados até agora em território nacional.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) registrou até esta semana 348 casos da doença. A maioria das crianças apresentou sintomas gastrointestinais, icterícia e, em alguns casos, falência aguda do fígado e um quadro que acabou levando à morte.
Elo entre vírus de hepatite e Covid-19
A primeira hipótese de que a hepatite aguda possa ser causada por uma relação entre a Covid-19 e um tipo de adenovírus foi levantada por autoridades de saúde do Reino Unido. Lá, os primeiros casos foram registrados e tratava-se de uma hepatite causada por um adenovírus.
Estudos mostraram que até 70% dos doentes testaram positivo para o adenovírus 41F. Ele afeta mais crianças, jovens e pessoas imunossuprimidas. Provoca resfriado ou problemas intestinais.
“Inicialmente achou-se que o adenovírus seria a causa das hepatites agudas, mas o fato é que ele não aparecia em todos os casos”, explicou o infectologista Marcelo Simão, da Universidade Federal de Uberlândia, em Minas. “Em muitas crianças que apresentaram quadros graves não foi possível isolar o vírus; e em algumas na qual foi feito um transplante não se achou o vírus no fígado retirado.”
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